“Qualquer governo que não enfrente o latifúndio está fadado ao fracasso”, diz Alysson Mascaro
Jurista denunciou o papel do agronegócio brasileiro nas manifestações golpistas do 7 de setembro e advertiu para a força social do ramo. Para ele, somente políticas radicais, como uma reforma agrária, poderiam reduzir a influência do “latifúndio”. Assista na TV 247
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247 - O filósofo e jurista Alysson Mascaro, em entrevista à TV 247, afirmou que, por trás das mobilizações golpistas que afligiram o país no 7 de setembro, estão os interesses do agronegócio brasileiro. O “latifúndio”, apontou o professor da USP, não se importa com os custos para o país de ter o dólar a 7 reais, já que isso somente serve para aumentar seus lucros.
“O pessoal exporta soja a 7 reais. Então, que o país pegue fogo. E quanto mais fogo, mais o dólar se eleva e mais a pessoa vende para o exterior do modo pelo qual está”, avaliou.
Portanto, um projeto golpista, que somente geraria “caos” ao país, foi defendido pelo agronegócio. Não por acaso, foram identificados caminhões de empresas deste setor nas manifestações em Brasília. “[Isso] lhe dá um benefício econômico extraordinário. Então, se nada custa ao capital brasileiro dar um golpe, se o caos não lhe tira nenhum tostão, e, pelo contrário, lhe dá mais tostão, porque eles parariam com o golpe? Não tem razão de ser uma coisa como tal”, disse.
Mascaro afirmou que o agronegócio adquiriu uma força que somente poderá ser reduzida através de políticas radicais, como uma reforma agrária. “Qualquer posição de esquerda que um dia venha a tomar o poder e que não enfrente o latifúndio brasileiro está fadada a morrer em 3, 4 anos. Portanto, ou começa a reforma agrária muito rapidamente, como o primeiro ato de um governo progressista, ou não dá para empurrar com a barriga, como nos governos Lula e Dilma, fingindo fazer uma reforminha aqui ou lá. Ou Sinop (município do Mato Grosso) passa a ser do trabalhador rural, dando a ele o minifúndio, no qual ele plante mandioca, soja, hortaliças, e refloreste um pedacinho do seu minifúndio, ou nós não termos condição de viver num país que toda vez terá locaute dos latifundiários”, completou.
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