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Poder

Rui Falcão: ‘governo Lula terá que ser apoiado por mobilização popular’

Deputado e ex-presidente nacional do PT defende combinação de um programa de emergência com reformas estruturais. Assista

Presidente do PT, Rui Falcão quer Lula no comando do partido (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Por Camila Alvarenga, no Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta sexta-feira (29/10), o jornalista Breno Altman entrevistou Rui Falcão, deputado federal do Partido dos Trabalhadores por São Paulo e ex-presidente da legenda sobre a disputa eleitoral de 2022 e a possibilidade de um novo governo de esquerda.

Para eleger Lula, Falcão defendeu a formação de uma frente de esquerda, “baseada num amplo programa a ser construído conjuntamente de ações emergenciais e reformas profundas e radicais”.

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Além de partidos de esquerda como o PSOL e o PCdoB, Falcão destacou a necessidade de que a frente conte com a participação de centrais sindicais e movimentos sociais, com ampla participação popular, “que depois possam respaldar um governo democrático”.

Ele enfatizou a importância de que um novo governo Lula esteja apoiado em fortes mobilizações populares, principalmente para o caso de não ter maioria parlamentar e, também, para poder se defender ante investidas golpistas.

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"Antes tínhamos um entendimento incorreto do que era ser governo. Buscávamos ser governo para ser poder e parecia que todas as mobilizações e reivindicações vinham contra o nosso governo, então era preciso freá-las. Um próximo governo precisa ser visto como um governo em disputa constante e as pressões sociais devem vir para impulsioná-lo e alterar a correlação de forças", ponderou.

O deputado acredita que, assim, um novo governo de esquerda poderia levar a cabo as reformas necessárias mesmo sem ter maioria parlamentar e não estaria preso às vontades do centrão no Congresso, como está Bolsonaro atualmente, segundo Falcão.

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“A construção tem que começar na campanha, organizando comitês eleitorais nos bairros, nas vilas e nas favelas. Eles vão, depois, ter de se transformar em, caso a gente ganhe, comitês de defesa do governo e seu programa. Isso cria uma dinâmica de organização e força social que, sem ela, não poderemos fazer as transformações profundas que o Brasil requer e nós propomos”, argumentou.

Políticas de um novo governo de esquerda

Falcão discorreu sobre todas as reformas e medidas que deverão ser levadas a cabo no caso de uma vitória de Lula. Em primeiro lugar estão os temas emergenciais da fome e da miséria, e, em seguida, da criação de empregos que não sejam só informais. 

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“De forma geral, precisamos recolocar os pobres no orçamento, reativar as políticas de cooperação no âmbito da América Latina e Caribe, implementar o 5G para reativar nossa indústria e abrir a possibilidade da redução da jornada de trabalho sem reduzir os salários. Mas vamos precisar fazer reformas estruturais porque não dá para imprimir outro tipo de desenvolvimento para o país com a concentração do capital financeiro”, ressaltou.

De forma mais específica, o deputado citou, por exemplo, a necessidade da revogação da emenda do teto de gastos e da autonomia do Banco Central e propôs que se convoquem referendos revogatórios, caso o PT não consiga maioria parlamentar.

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Ele também defendeu a necessidade de se enfrentar os oligopólios financeiros. Apesar de considerar como medida ideal a estatização dos bancos, admitiu que não será possível realizar uma medida como essa e ela provavelmente nem será proposta pelo partido.

Por outro lado, um enfrentamento que Falcão vê como possível é a realização de uma reforma tributária. Para ele, ela deverá se centrar ao redor de cinco eixos principais: “Retirar o ônus da tributação do consumo, que prejudica a população; taxar lucros e dividendos; remover a isenção tributária para iates e jatinhos particulares, que é totalmente injusto; rever a tabela do imposto de renda para que seja mais progressiva; e tributar grandes heranças, que são a perpetuação das grandes oligarquias”.

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No âmbito dos direitos civis, o deputado defendeu a promoção de debates sobre temas considerados polêmicos, como a descriminalização e legalização do aborto e a legalização das drogas. 

“Na questão do aborto estamos vendo até um retrocesso, de tentar reduzir as possibilidades de aborto legal que as mulheres têm. Com relação à descriminalização das drogas, acho que já é um tema mais consolidado. Acho que a discussão tem que se centrar em como isso vai favorecer a redução do tráfico, a redução das mortes e do extermínio de jovens negros. Talvez para ambas as questões seja necessário realizar uma consulta através de plebiscito, porque são temas que dividem muito a população”, refletiu.

Já na esfera política, Falcão destacou a importância de uma reforma no sistema de justiça, repensando a questão da autonomia do Ministério Público e redesenhando os concursos públicos. Ele também tocou no tema da tutela militar e defendeu mudanças na competência da justiça militar, a revogação do artigo 142 “para conter o chamado partido militar” e a criação de um novo debate sobre a ditadura, que ainda é um tema mal resolvido no país.

Por fim, Falcão retomou a questão da Assembleia Constituinte. Sua convocação já faz parte das decisões do PT, “mas que fique claro que não é no dia seguinte à eleição que vamos mandar uma proposta convocando-a”.

“A Constituinte é um processo necessário para reorganizar todo o sistema constitucional jurídico do país. Temos uma Constituição que já sofreu muitas emendas e agora está sendo desconfigurada. Mas só poderemos convocar as assembleias, com um intuito muito claro, depois de muito debate e organização. Se não, pegamos o exemplo do Chile, mesmo com o nível de mobilização que houve no país, estão encontrando dificuldades”, reforçou.

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