CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Economia

"Custo Bolsonaro explica boa parte da inflação brasileira", diz José Luís Oreiro

O economista culpou o governo Bolsonaro pela depreciação do real e pela consequente inflação. Os ataques contra a China e contra a democracia geram incerteza, o que, somado à crise hídrica, tornou o Brasil um caso à parte. Assista na TV 247

José Luís Oreiro e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado | REUTERS/Ueslei Marcelino)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O economista José Luís Oreiro, em entrevista à TV 247, analisou as causas da crescente inflação brasileira, que, levando em consideração os últimos 12 meses, supera 10,05%. A alta registrada está bem acima das médias para os países emergentes e o restante do mundo, aponta a FGV.

O economista ressaltou que especialmente os países emergentes, como Turquia e Argentina, sofreram depreciação cambial durante a pandemia da Covid-19, o que gera pressão sobre os preços no mercado interno. Nessa condição, é “natural” que o real seja desvalorizado, avaliou Oreiro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

“O Brasil não foi o único em desenvolvimento que passou por uma desvalorização no câmbio. A Turquia também teve, a Argentina, etc. Basicamente, porque quando começou a pandemia, há aumento da percepção de incerteza no mundo e os capitais fluem dos países em desenvolvimento para os Estados Unidos e para Europa”, disse. 

Contudo, o caso brasileiro chama a atenção pela magnitude das alterações. De acordo com o economista, a crise do real se deve a ações diretas do governo Jair Bolsonaro, como a destruição da Amazônia e os ataques xenofóbicos contra a China, maior parceiro comercial do Brasil.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

“Mas a nossa [depreciação cambial] aqui foi muito forte. E por quê? Não precisa ser nenhum gênio para perceber que o Brasil é hoje uma pária internacional, seja por conta da questão da preservação da floresta amazônica, seja por conta dos ataques que o governo fazia, e ainda faz de vez em quando, ao nosso maior parceiro comercial, que é a China, seja por conta dos ataques que o presidente faz, dia sim e outro também, ao Estado democrático de direito. Tudo isso vai criando ruído e aumenta a percepção de incerteza. E como nossa moeda não é uma moeda de reserva internacional, quanto maior a incerteza, maior a preferência dos agentes pela liquidez expressa em dólares americanos, em euros ou yuans”, ponderou Oreiro.

Questionado sobre o impacto da incerteza e da desvalorização cambial na inflação, o economista afirmou que este é certo, pois torna mais favorável exportar que abastecer o mercado interno. “Levou algum tempo. A inflação começa a se acelerar a partir do início deste ano”, afirmou. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Ele citou, ainda, a crise hídrica, a pior dos últimos 100 anos, que reflete no preço dos alimentos. “Óbvio que isso se reflete direto no preço dos alimentos, porque quanto menos chuvas nós temos, o pasto dos bois cresce menos, portanto, leva mais tempo para o boi engordar e o preço da carne sobe”, explicou ele.

Imposto sobre commodities

Oreiro defendeu a criação de um imposto sobre a exportação de commodities, que atuaria para frear o incentivo a exportar: “Mataria dois problemas de uma vez só: primeiro, você redirecionaria a oferta de carne para o mercado interno, o que abaixaria o preço; segundo, ainda dava para o governo arrecadar alguma coisa com o imposto e, com isso, ajudava na situação fiscal”. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO