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Eleições no Chile: com 20% das urnas apuradas, Kast tem 29% e Boric, 23%

Pesquisas mostram que Gabriel Boric (esquerda) e José Antonio Kast (extrema direita) devem deixar centro-esquerda e centro-direita fora de um 2º turno pela primeira vez desde redemocratização

(Foto: Fotos Públicas)
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Opera Mundi - O primeiro turno da eleição presidencial no Chile foi encerrado às 18h deste domingo (27/11) com o fechamento das urnas em todo o país. Além do novo ou da nova mandatária, os chilenos escolheram 155 deputados e 27 dos 50 membros do Senado.

Segundo o Serviço Eleitoral do Chile (Servel), todas as mesas de votação foram instaladas com sucesso para o pleito, que começou a receber eleitores às 8h. Relatos nas redes sociais mostraram uma grande afluência de votantes às seções.

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Apuração da eleição presidencial do Chile

Por volta das 18h30, o Servel começou a divulgar a apuração - inicialmente, pelos votos dados no exterior. Acompanhe:

Votação Chile


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O presidente do país, Sebastián Piñera, que não pode concorrer à reeleição, votou logo cedo, e fez um pedido à população que comparecesse às urnas. O voto no Chile não é obrigatório.

Pesquisas

Como a lei chilena proíbe a divulgação de levantamentos nos últimos 15 dias antes da votação, os parâmetros para indicar os favoritos são de sondagens realizadas na primeira semana de novembro. Naquele então, dois candidatos apareciam em empate técnico em todas as medições: José Antonio Kast, do Partido Republicano, de extrema direita, aparecia sempre com uma leve vantagem, de entre 3 a 5 pontos, sobre Gabriel Boric, representante da coalizão entre a Frente Ampla e o Partido Comunista. No entanto, Kast vinha subindo nas pesquisas de maneira constante.

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No levantamento da Activa Research, uma das mais conceituadas do país e divulgada em 6 de novembro, a vantagem de Kast sobre Boric era de quatro pontos percentuais (21,7% contra 17,7%), dentro da margem de erro de 3 pontos para mais ou para menos.

A terceira colocada é a Yasna Provoste, única mulher em campanha e candidata da coalizão de centro-esquerda entre o seu Partido Democrata Cristão e o Partido Socialista. Ela tinha 10,9%, segundo a pesquisa de duas semanas atrás.

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Por sua parte, o candidato governista Sebastián Sichel, representante dos partidos de centro direita que apoiam o governo de Sebastián Piñera (UDI, Renovação Nacional e Evópoli), tinha 8,2% das intenções de voto naquel momento, embora ainda seja considerado um candidato com chances, segundo boa parte dos analistas políticos chilenos.

Esse favoritismo de Kast e Boric para conquistar as duas vagas no segundo turno também parece ser uma das grandes novidades surgidas após a revolta social. Isso porque as coalizões de Provoste e Sichel disputaram todos os segundos turnos eleitorais no Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), e hoje ambas correm o risco de ficarem de fora já no primeiro turno.

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Nos primeiros resultados oficiais divulgados - de votos no exterior - Boric saiu em vantagem, obtendo cerca de 54% dos votos nas 20 nações onde as urnas já foram fechadas. Kast vem em segundo, com 17%.

Debate e escândalos na semana decisiva

A última semana das eleições também contou com muitos altos e baixos para quase todas as candidaturas, o que agrega mais incertezas ao panorama.

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O último debate na televisão ocorreu na segunda-feira (15/11) e contou com uma alta audiência (40 pontos em média) e teve Gabriel Boric e Sebastián Sichel como os candidatos de melhor performance.

O principal momento da noite, e que teve maior repercussão nas redes sociais, foi uma troca de farpas entre Boric e Kast, em que o candidato de extrema-direita assegura que seu programa de governo não possui ideias discriminatórias. Em seguira, seu adversário da Frente Ampla passa a citar diversos pontos do programa de Kast onde sim há discriminação contra mulheres, população LGBTI+, ativistas de esquerda, entre outros grupos – indicou, além disso, um projeto do adversário que prevê que subsídios sociais para mulheres sejam entregues prioritariamente àquelas que são casadas.

A cena ainda ganhou ares de galhofa, porque enquanto Boric citava as controvérsias do programa do adversário, Kast era mostrado na outra metade da tela buscando os pontos mencionados, passando a impressão de que desconhecia o conteúdo do seu próprio programa.

No final, as agências de fact-checking confirmaram todas as citações do candidato da esquerda, e Kast acabou afirmando que seu programa de governo “não é uma cláusula pétrea”.

Apesar de o debate ter sido uma grande vitória para Boric, a semana não foi um mar de rosas para sua candidatura. Na quinta-feira (18/11), uma reportagem do meio investigativo digital Ciper Chile revelou um caso de superfaturamento no pagamento de assessores de Karina Oliva, uma das figuras mais importantes do seu partido.

A matéria faz referência à candidatura de Oliva para governadora de Santiago, em um pleito que ocorreu entre maio e junho deste ano. Atualmente, ela é candidata a senadora, também por Santiago, e era o principal nome da coalizão de Boric nessa disputa.

A reação de Boric a respeito desse caso foi rápida, mas causou certo mal-estar interno: o candidato retirou o seu apoio à candidatura de Karina Oliva e pediu votos para a outra candidata a senadora pela coalizão – Claudia Pascual, do Partido Comunista –, além de pedir uma investigação do Ministério Público. “Diferente dos demais partidos, nós não temos compromisso com a impunidade, e acreditamos que todos devem estar sujeitos a investigações”, argumentou durante uma coletiva, após o ato de encerramento de sua campanha.

Os candidatos de direita e de centro tampouco tiveram uma semana muito positiva, devido à votação do impeachment de Sebastián Piñera no Senado, que terminou sendo rejeitada graças aos votos dos senadores de direita, aliados do candidato Sebastián Sichel, e do Partido Democrata Cristão, de Yasna Provoste – embora ela mesma tenha sido a única do seu partido a votar a favor.

É possível que o não impeachment de Piñera, presidente que conta com menos de 20% de aprovação, tenha efeitos negativos nas candidaturas dos que votaram contra a saída do mandatário, segundo analistas políticos.

Todos esses elementos terão suas consequências neste domingo, em que dificilmente alguma dessas candidaturas poderá superar os 50% dos votos. Portanto, duas delas conquistarão as vagas para a disputa do segundo turno, que acontecerá no dia 19 de dezembro. Resta saber quais serão.    

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