Psol vive o momento crucial de sua história e terá que decidir rapidamente se apoia Lula ou se lança candidato próprio
Partido vem perdendo lideranças em série, como Jean Wyllys, Marcelo Freixo, Marcia Tiburi, Leonel Brizola Neto, Douglas Belchior e, agora, David Miranda
247 – O Psol, partido fundado em junho de 2004, quando um grupo de parlamentares de esquerda divergiu da reforma da Previdência proposta pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vive hoje o momento crucial de sua história, em que terá que decidir se apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou se lança candidatura própria à presidência da República.
Depois de surfar na onda dos protestos de junho de 2013, que culminaram com o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e de lançar candidatos em todas as eleições presidenciais após sua criação, o Psol está prestes a decidir se apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 ou se aposta numa candidatura própria, com o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Uma terceira alternativa – que seria o apoio a Ciro Gomes, do PDT – claramente não tem apoio interno, o que ficou claro com a saída de David Miranda, que era suplente de Jean Wyllys e assumiu o mandato quando o parlamentar decidiu se exilar após sofrer ameaças de bolsonaristas. Miranda migrou para o PDT exatamente porque não tinha espaço no Psol para defender a adesão a Ciro, que, segundo a mais recente pesquisa PoderData, tem apenas 3% nas pesquisas. Mais do que isso, Miranda declarou que o Psol foi criado para se opor ao PT.
É exatamente aí que reside o drama existencial do Psol. Decorridos mais de cinco anos do golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a "oposição ao PT" provocou resultados desastrosos, com o empobrecimento do Brasil e de sua população. Não por acaso, o partido perdeu várias lideranças importantes que se aliaram ao Partido dos Trabalhadores ou migraram para legendas que hoje negociam o apoio a Lula. Jean Wyllys deixou o Psol em maio de 2021 e se filiou ao PT, acompanhando um movimento que havia sido iniciado por Marcia Tiburi em 2018. Em novembro do ano passado, foi a vez de Leonel Brizola Neto. Dois meses antes, Douglas Belchior, líder da Coalizão Negra por Direitos, também trocou o Psol pelo PT, criticando a demora do partido em definir o apoio a Lula. Em junho do ano passado, o mais notório parlamentar do partido, Marcelo Freixo, trocou o Psol pelo PSB, para tentar viabilizar sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro, com apoio de Lula.
Restam hoje no Psol oito parlamentares: Áurea Carolina (Psol-MG), Fernanda Melchionna (Psol-RS), Glauber Braga (Psol-RJ), Ivan Valente (Psol-SP), Luiza Erundina (Psol-SP), Sâmia Bomfim (Psol-SP), Talíria Petrone (Psol-RJ) e Vivi Reis (Psol-PA). A indecisão vem corroendo o partido por dentro. Nome mais importante da legenda do ponto de vista eleitoral, Guilherme Boulos afirma que defenderá o apoio a Lula. Em entrevista à TV 247, Juliano Medeiros falou sobre esta possibilidade, desde que o programa tem maior clareza ideológica. Confira:
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