Rio

Tragédia em Petrópolis: prefeito diz que tem responsabilidade parcial sobre catástrofe

Em seu quarto mandato, Rubens Bomtempo culpa governos federal e estadual de não terem feito obras
 Rubens Bomtempo, prefeito de Petrópolis, na primeira coletiva depois da tragédia Foto: Fabiano Rocha / Fabiano Rocha
Rubens Bomtempo, prefeito de Petrópolis, na primeira coletiva depois da tragédia Foto: Fabiano Rocha / Fabiano Rocha

RIO — Na primeira coletiva após a tragédia que vitimou mais de 100 pessoas em Petrópolis, na Região Serrana, o prefeito da cidade Rubens Bomtempo, reconheceu na noite desta sexta-feira que “é difícil depois de tanto tempo conseguir” encontrar pessoas com vidas debaixo dos escombros. Bomtempo disse ainda que, apesar de quatro mandatos, tem responsabilidade apenas parcial sobre a catástrofe.

— Foi feito muito nos nossos mandatos, a nossa responsabilidade é parcial. Quem não fez as obras foram os governos federal e estadual. Compramos os terrenos (para realocar as famílias retiradas das casas após 2011 e 2013) e eles não fizeram as obras — disse o prefeito, usando como justificativa o tempo que ficou fora do governo. — Eu fiquei cinco anos fora. Cheguei há menos de um mês, não vou julgar os outros antecessores. Eu queria ter feito mais, e não pude. Tem limitações. Em relação a valores para a reconstrução, não vou dizer. Tenho que esperar a avaliação dos estragos.

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Bontempo rebateu as declarações do governador Cláudio Castro, de que iria remover as pessoas que estão em área de risco “doa a quem doer”, e que “não pôde fazer muita coisa” porque depende de outros agentes políticos. Bomtempo está em seu quarto mandato.

— Temos que conversar um pouco para saber como será esse movimento, sem um projeto. Eu prefiro e acredito que ele falou de forma hipotética. Essa questão de remoção, temos que ter muito diálogo com a população. Falar que vai remover é fácil, mas na prática, a pessoa que mora ali há anos tem direito de ser ouvida.


Ainda que as possibilidades de resgatar pessoas com vida com o passar do tempo, o prefeito garantiu que a Defesa Civil trabalha com todos os recursos para encontrar o máximo de pessoas com vida.

— É difícil depois de tanto tempo conseguir (encontrar alguém com vida) — destacou o prefeito, que foi seguido pelo secretário de Defesa Civil, o coronel Gil Correia Kempers Vieira.

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— Com o passar do tempo, esse gráfico de encontrar com vidas vai diminuindo. Mas, estamos fazendo de tudo para resgatar as pessoas  — completou o secretário.

Segundo a Prefeitura de Petrópolis, 967 pessoas estão desabrigadas por conta da tragédia que aconteceu na cidade na última terça-feira. Segundo o município, até hoje, a Defesa Civil recebeu 665 chamados, sendo que 546 foram de deslizamentos em toda a cidade.

Muita chuva para os próximos dias

Segundo a Defesa Civil, “as condição climáticas não ajudam até terça”. De acordo com a pastas a previsão é de “chuvas moderadas a fortes”  na cidade a partir das próximas horas e seguirão até o início da próxima semana.

— Já estamos mandando SMS e as comunidades que estão classificadas com maior risco de desabamento  — serão vigiadas. População, peço que fiquem atentos as sirenes. Se você estiver em casa com rachaduras nos últimos três dias, saiam de casa. Não temos como verificar casa a casa. Se existe algum indicativo de escorregamento de solo, e pernoite casa de parentes — pediu o secretário de Defesa Civil.