"Como o Brasil será reindustrializado sem energia a preços módicos?", questiona Dilma
Ex-presidente rebate o argumento de que teria desorganizado o setor elétrico, defende Belo Monte e fala sobre o crime que pode vir a ser a venda da Eletrobrás
247 – A ex-presidente Dilma Rousseff, que foi ministra de Minas e Energia do governo Lula e conduziu o maior programa de investimentos da história do setor elétrico brasieliro num período democrático, logo após o apagão deixado pelo governo FHC, concedeu a quarta entrevista da série sobre sua gestão ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que se concentrou no tema do setor elétrico. Dilma ressaltou que todos os países que almejam o desenvolvimento buscam energia barata e levantou uma questão central: "como o Brasil será reindustrializado sem energia a preços módicos?"
A pergunta em si já é uma provocação a uma fala recente do ministro Bento Albuquerque, em que o militar afirmou que a era de energia barata chegou ao fim no Brasil. Segundo ela, o governo de Jair Bolsonaro cede a vários lobbies, como o do carvão de Santa Catarina, o das comercializadoras de energia, o das pequenas centrais hidrelétricas e trabalha deliberadamente para encarecer a matriz energética brasileira – o que encarece os custos não apenas para a indústria, como também para as famílias. Não por acaso, nunca tantos brasileiros passaram a atrasar o pagamento de suas contas de luz como agora.
Na entrevista, Dilma também rebate a acusação de que teria desorganizado o setor elétrico, apenas porque quis fazer com que os contratos das concessões de muitas usinas, já amortizadas, fossem cumpridos. Ela também defendeu a construção da usina de Belo Monte, que gerou muitas reações à época, e afirmou que, em muitos casos, a pressão ambiental acaba levando ao consumo de energia térmica, que é mais cara e poluente. Dilma também critica duramente a proposta de privatização da Eletrobrás, que pode vir a ser vendida a preço de banana. "É um assalto aos brasileiros", denuncia. Recentemente, o Tribunal de Contas da União descobriu que a empresa foi subavaliada em nada menos do que R$ 230 bilhões, na modelagem da privatização. Confira a íntegra da sua entrevista:
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