Zelensky exige que Rússia pare de bombardear Ucrânia para retomar negociações

KYIV, 1º Mar (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (1) que a Rússia deve parar de bombardear cidades ucranianas antes que negociações significativas sobre um cessar-fogo possam começar, já que uma primeira rodada de negociações nesta semana rendeu poucos progressos.

Falando em uma entrevista em um complexo governamental fortemente vigiado, Zelensky pediu aos membros da Otan que imponham uma zona de exclusão aérea para parar a força aérea russa, dizendo que esta seria uma medida preventiva e não significaria arrastar a aliança para a guerra com a Rússia.

Zelensky, que recusou ofertas para deixar a capital ucraniana com o avanço das forças russas, também disse que a Ucrânia exigirá garantias de segurança juridicamente vinculativas se a Otan fechar a porta às perspectivas de adesão da Ucrânia.

Estabelecendo suas condições para novas negociações com a Rússia, Zelensky disse à Reuters e à CNN em uma entrevista conjunta: "É necessário pelo menos parar de bombardear as pessoas, apenas parar o bombardeio e depois sentar-se à mesa de negociações".

No momento em que ele falava, surgiram notícias de que um míssil russo havia atingido uma torre de TV na capital ucraniana. Mais cedo na terça-feira, mísseis atingiram o coração da cidade oriental de Kharkiv.

A Ucrânia recebeu carregamentos de armas de membros da Otan para ajudar a resistir a uma invasão militar em grande escala desencadeada pelas forças russas na semana passada, enquanto o Ocidente também introduziu sanções pesadas à economia russa.

Mas Zelensky instou a comunidade internacional a fazer mais, incluindo a imposição de uma zona de exclusão aérea. Ele disse, no entanto, que o presidente dos EUA, Joe Biden, havia comunicado pessoalmente a ele que agora não era o momento de introduzir tal medida.

A Ucrânia pressionou a Otan para acelerar sua entrada, um movimento fortemente combatido pela Rússia e citado como uma das razões de Moscou para lançar sua campanha.

"Nossos parceiros, se não estiverem prontos para levar a Ucrânia para a Otan... porque a Rússia não quer que a Ucrânia faça parte da Otan, devem trabalhar em garantias de segurança comuns para a Ucrânia", disse Zelensky.

"Isso significa que temos nossa integridade territorial, que nossas fronteiras estão protegidas, temos relações especiais com todos os nossos vizinhos, estamos completamente seguros, e os fiadores que nos dão segurança, garantem isso legalmente."

Zelensky, 44, estava com a barba por fazer e vestia uma simples camiseta cáqui, calças e botas de combate para a entrevista, que aconteceu em um complexo do governo, fortemente vigiado pelos militares.

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