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Sudeste

Advogado da viúva do capitão Adriano, suspeito de matar Marielle, vira candidato no partido de Bolsonaro

Márcio Archanjo Ferreira Duarte, que informou representar Júlia Lotufo, ingressou no PL

Julia Mello Lotufo, Adriano da Nóbrega e Marielle Franco (Foto: Reprodução | Mídia NINJA)
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Sputnik – O advogado que defende a viúva do miliciano Adriano da Nóbrega vai se candidatar a deputado estadual no Rio de Janeiro pelo Partido Liberal (PL), o mesmo pelo qual o presidente Jair Bolsonaro tenta sua reeleição, segundo apurou a Sputnik Brasil com exclusividade neste sábado (2).

Márcio Archanjo Ferreira Duarte, que informou representar Júlia Lotufo, já requereu sua filiação partidária, conforme registra uma ficha interna da legenda, à qual a reportagem teve acesso.

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Procurado pela Sputnik Brasil, o defensor não se manifestou acerca do ingresso na sigla, tampouco a respeito da candidatura.

Lotufo é viúva de Adriano Magalhães da Nóbrega, paramilitar e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

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Apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de milicianos e assassinos de aluguel que matam sob encomenda na capital fluminense, ele é um dos investigados no atentado contra a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, em uma emboscada ocorrida na região central do Rio.

O duplo assassinato da parlamentar e de seu condutor foi o estopim que desencadeou uma apuração sobre as atividades criminosas de capitão Adriano a partir de outubro de 2018.

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Um mandado de prisão foi expedido em janeiro do ano seguinte, quando o miliciano se tornou foragido.

Ele foi localizado mais de um ano depois e morto em uma operação policial em 9 de fevereiro de 2020 na Bahia, em circunstâncias que ainda não foram totalmente esclarecidas pelas autoridades locais.

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Nóbrega mantinha ligações estreitas e oficiais com o clã Bolsonaro: sua ex-mulher e sua mãe foram nomeadas e empregadas no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho Zero Um do presidente, quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Elas foram exoneradas logo após a eleição do atual chefe do Executivo, no final de 2018.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) acusou ambas de serem funcionárias-fantasmas do gabinete de Flávio. Segundo a promotoria, elas repassavam a maior parte do salário recebido pelos cofres públicos a um esquema de corrupção cujo beneficiário era o filho do presidente. Além disso, o próprio chefe do Executivo, então deputado federal, defendeu o miliciano no plenário da Câmara dos Deputados em 2005.

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Na ocasião, capitão Adriano tinha sido preso sob acusação de ter assassinado o guardador de carros Leandro dos Santos Silva, de 24 anos. Então policial, Nóbrega foi condenado no Tribunal do Júri fluminense no final de 2005.

Em meio ao processo penal, ele foi homenageado com a Medalha Tiradentes, honraria mais importante do Estado do Rio de Janeiro, por Flávio Bolsonaro.

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No mesmo período, segundo Italo Ciba, ex-vereador do Rio de Janeiro e ex-PM, confirmou ao jornal O Globo em 2020 que Flávio Bolsonaro visitou o miliciano Adriano da Nóbrega na prisão para lhe prestar apoio.

Júlia Lotufo é ré por lavagem de dinheiro do marido morto e fazia a sua contabilidade de quase R$ 2 milhões mensais. Ela ingressou com um pedido de delação premiada no ano passado. Porém, as autoridades do Rio viram inconsistências em seu depoimento e rejeitaram suas alegações no começo deste ano.

A viúva de Adriano está em regime de prisão domiciliar, monitorada por uma tornozeleira eletrônica.

Quem é o advogado da viúva de Adriano

Assumidamente bolsonarista, Márcio Archanjo Ferreira Duarte é ex-fuzileiro naval, segundo a revista Veja.

Ele já advogava para o novo marido de Júlia Lotufo, Eduardo Giraldes, dono da empresa de azeites Royal, que ficou conhecida por patrocinar grandes clubes de futebol do Rio com projeção internacional.

A viúva do capitão Adriano

Júlia Lotufo, por sua vez, é acusada de lavar dinheiro dos crimes cometidos pelo miliciano e capitão expulso da PM do Rio.

Em mensagens capturadas por investigadores, ela contabiliza os lucros da organização criminosa: uma cifra de mais de R$ 1,8 milhões, segundo o MP fluminense.

O problema, no entanto, é que muitas das anotações estão cifradas: não se sabe, exatamente, a origem dos pagamentos escusos recebidos pelo miliciano, que acumulou uma lucrativa fortuna ao longo de suas atividades paramilitares.

Após a morte do miliciano próximo ao clã Bolsonaro em fevereiro de 2020, sua herança foi ferozmente disputada.

A briga pelo espólio milionário criminoso do miliciano levou à execução do seu braço-direito do crime no ano seguinte, conforme revelou a revista Veja.

Coincidentemente, o policial militar executado em março do ano passado também foi homenageado com a medalha mais importante do Estado na Assembleia Legislativa do Rio pelo primogênito de Bolsonaro, o então deputado estadual Flávio.

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