Brasil pede investigação sobre caso Bucha sem prejulgamento de crimes de guerra
Posição brasileira é semelhante à da China e destoa da que foi adotada pelos países da OTAN
247 - O Brasil defendeu nesta terça-feira (5) durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que investigações sobre possíveis crimes de guerra na Ucrânia ocorram "sem prejulgar as conclusões". A informação é do blog de Jamil Chade, no UOL. Falando por pouco mais de cinco minutos, o governo brasileiro não se referiu ao governo russo diretamente em nenhuma parte de seu discurso.
Reunião ocorre após acusações de que a Rússia teria cometido um "massacre" na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, com cadáveres nas ruas e uma vala comum com cenetenas de corpos. A Rússia nega autoria dos crimes e acusa a Ucrânia de encenar o massacre para incriminar o exército russo.
Brasília defendeu ainda um cessar-fogo para constatar a dimensão do sofrimento humano.
"Uma vez mais, pedimos que um cessar-fogo seja estabelecido", declarou o embaixador Ronaldo Costa Filho, que lamentou o "fracasso" da instituição.
"Lamentamos que o Conselho não consiga falar com uma só voz", disse. Segundo o representante, a meta deve ser a de proteger civis e o direito internacional.
A China adotou uma postura semelhante à brasileira, defendendo uma investigação e declarando que, apenas assim, pode-se constatar a autoria.
Já Washington deixou claro que o presidente russo, Vladimir Putin, cometeu tais crimes. Na mesma reunião, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, inflamou a retórica ao comparar russos a terroristas do Estado Islâmico. França, Reino Unido e Noruega seguiram a cartilha de Washington.
A delegação russa negou, como vem fazendo, quaisquer crimes de guerra e sustentou que não há provas do envolvimento de Moscou no massacre de Bucha. Alertou ainda para uma manipulação dos fatos por parte do governo ucraniano e do Ocidente.
"No melhor estilo Goebbels", declarou a delegação russa. "Viemos trazer a paz e cortar o tumor nazista", disse a missão russa na ONU, que voltou a denunciar a existência de movimentos neonazistas na Ucrânia.
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