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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Queridinha do establishment, Tebet teria que virar foguete

"Antigas lideranças do MDB prevêem que, se crescer um pouco, Tebet poderá ser oficializada na convenção do partido", diz a jornalista

Simone Tebet (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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Pré-candidata do MDB e, quem sabe, do PSDB, a senadora Simone Tebet vai ganhar um banho de loja nas próximas semanas. É a última esperança do establishment e da mídia de solução de terceira via diante de um quadro em que o ex-presidente Lula lidera a uma boa distância de Jair Bolsonaro, que por sua vez está bem na frente do segundo pelotão. A pouco mais de 120 dias da eleição, para ultrapassar Ciro Gomes e ameaçar Bolsonaro, chegando perto do atual presidente em outubro, Tebet teria que crescer como um foguete, a uma média de cinco pontos percentuais ao mês. Possível é, mas m muito improvável.

Em 2018, por exemplo, o candidato do PT, Fernando Haddad, saiu de 5% nas pesquisas, no final de agosto, para 22%, um mês e pouco depois. Mas se tratou de um caso excepcional, no período em que se seguiu à desistência de Lula, que liderava a corrida, foi judicialmente impedido de disputar e lançou Haddad como herdeiro de parte expressiva de sua votação — ainda que não suficiente para ganhar.  

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O caso de Tebet é completamente diferente. Embora seus apoiadores tentem empurrar a versão de que ela está saindo candidata de verdade apenas agora, depois das desistências de Sergio Moro e João Doria e das articulações do tal “centro democrático” em torno de seu nome, o fato é que a senadora está desde sempre nas pesquisas. Passou de traço a 2%, segundo dizem, otimistas, os articuladores de sua candidatura, festejando um "crescimento de 200%”. 

A superexposição das próximas semanas pode até ampliar os números de Simone Tebet, uma candidata ainda meio desconhecida e com rejeição relativamente pequena nas pesquisas. Seu corredor, porém é estreito. Com o afunilamento das intenções de voto em Lula e em Bolsonaro — 48% a 27% no DataFolha — , e somando-se aí os 7% de Ciro Gomes, a chamada terceira via não reúne mais do que 13% das intenções de voto nesse momento. 

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Além disso, também é desfavorável a qualquer terceira via a comparação, no mesmo Datafolha, da pesquisa espontânea de março, em que 50% dos entrevistados não sabiam em quem votar, com o número de indecisos de hoje, que baixou para 37%. Ao que parece, boa parte dos indecisos teriam migrando para Lula, que passou de 30% para 38% na espontânea.

Realistas, antigas lideranças do MDB prevêem que, se crescer um pouco, chegando ao menos perto dos 8% de Ciro Gomes, Tebet poderá ser oficializada na convenção do partido e ter o destino de todos os seus antecessores nesse tipo de missão: ser cristianizada na campanha.  Se, até o fim de julho, continuar no patamar pigmeu da quarta ou quinta via, tende a ser defenestrada já na convenção, que liberaria cada um para seguir seu destino — Lula ou Bolsonaro.

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