João Cezar de Castro Rocha: terrorista de Foz cumpriu ordens do presidente
"Bolsonaro precisa defender o assassino, culpar a vítima e a 'extrema-imprensa'", diz o professor
247 – O professor João Cezar de Castro Rocha, um dos maiores especialistas do Brasil no tema 'guerra cultural e retórica do ódio', afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda foi um ato terrorista, causado pelo discurso de ódio bolsonarista. "A retórica do ódio é odiosa porque deseja se tornar ação prática, ação física. O que Bolsonaro espera das forças armadas é a omissão diante do caos. É evidentemente um caso de terrorismo o que aconteceu em Foz", diz ele. "Mourão cultuou a morte ao dizer 'vamos fechar a tampa deste caixão'. Será indispensável pensar o lugar das forças armadas na democracia brasileira", acrescentou.
João Cezar disse ainda que houve dois casos de terrorismo numa semana: o da Cinelândia, no Rio de Janeiro, e o de Foz do Iguaçu, no Paraná. "Não fosse a coragem de Marcelo Arruda, estaríamos falando de uma chacina", diz ele. O professor lembra que a Lei de Segurança Nacional, que inspira o bolsonarismo, trouxe a teoria do inimigo interno. "O terrorista de Foz seguiu as ordens do presidente, que disse 'vocês sabem o que precisa ser feito' em sua live. Quando um seguidor de Bolsonaro comete um ato terrorista, ele é extremamente fiel ao passado de Bolsonaro", aponta.
Segundo ele, em sua retórica do ódio, Bolsonaro precisa defender o assassino, culpar a vítima e a 'extrema-imprensa'. "Hoje, ninguém no Planalto crê na vitória de Bolsonaro – nem ele mesmo. O golpe está dado e todas as instituições estão aparelhadas. No Planalto, aparelhamento. No asfalto, intimidação e caos", afirma.
Segundo ele, no Brasil atual, tudo está por um triz. "Por isso, a vitória no primeiro turno é tão importante. Não se trata de um capricho", afirma. "O sonho de Bolsonaro é ser Médici, o presidente que mais matou e torturou. Mas depois de Bolsonaro, teremos a chance de construir uma nação brasileira. Bolsonaro é o apocalipse. Mas a palavra apocalipse também significa revelação. É preciso um passo atrás, uma autocrítica geral", aponta.
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