Blog do Valdo Cruz

Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos


Farmácia Popular — Foto: Reprodução/RBS TV

Temendo desgaste na campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Marcelo Queiroga, reverterem os cortes feitos no orçamento do programa Farmácia Popular para o próximo ano.

Os dois ministros haviam reduzido a verba para distribuição gratuita de medicamentos e produtos do Farmácia Popular em 60% no Orçamento da União de 2023.

O corte, revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", reduz a verba do programa no ano que vem dos R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões na proposta de lei orçamentária de 2023, uma diminuição de 60%, que iria afetar o acesso da população de baixa renda a 13 tipos diferentes de medicamentos usados no tratamento de diabetes, hipertensão e asma, além de restringir a distribuição de fralda geriátrica.

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A informação já estava sendo explorada pelo deputado André Janones (Avante-MG), que está atuando nas redes sociais para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Janones estava destacando em suas mensagens que o governo cortou a verba do Farmácia Popular para preservar verbas para o "orçamento secreto" no ano que vem, verba que privilegia deputados e senadores da base governista dentro do Congresso Nacional.

Nesta quarta-feira (14), Bolsonaro decidiu intervir e mandar Paulo Guedes e Marcelo Queiroga a tomarem as medidas necessárias para recompor o orçamento do Farmácia Popular.

O ministro da Economia informou ao presidente que o corte foi feito para respeitar o teto de gastos, mas assessores do presidente avaliaram o corte como uma “medida sem sensibilidade, especialmente em ano eleitoral”, já que o valor de outras despesas, como o do "orçamento secreto", foi preservado.

O comitê da reeleição alertou o presidente Bolsonaro para o corte no programa Farmácia Popular, avaliado como uma medida negativa e uma munição para o PT neste ano eleitoral.

Avisado por sua equipe do comitê de campanha, o presidente confirmou no Ministério da Economia o corte feito no programa e mandou que seja feita a recomposição das verbas para o programa social.

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