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Entrevistas

Stephen Fry: Bolsonaro tem algo de assustadoramente malévolo

Em entrevista à TV 247, ator britânico conta como foi estar presencialmente com o deputado em 2013 e analisa o cenário político atual

(Foto: Reprodução/YouTube)
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247 - Ator, cineasta, apresentador de televisão e ativista inglês, Stephen Fry esteve presencialmente com Jair Bolsonaro (PL) ainda quando deputado federal, quando gravava para um documentário sobre o avanço da homofobia no mundo: “Stephen Fry e a Luta Gay pelo Mundo (2013)”. Quase dez anos depois, ele fala à TV 247 e constata: “tudo o que eu temia sobre ele parece ter se tornado realidade em termos de seu racismo, sua homofobia, suas mentiras…”.

Em conversa com o jornalista Brian Mier, Stephen Fry - conhecido mundialmente por interpretar alguns personagens bastante famosos, como Dr. House e Mr. Bean - relatou o que sentiu quando esteve fisicamente com o então parlamentar que destilava preconceito e mentiras. “Pela primeira vez na minha vida, eu estava na presença de algo de assustadoramente malévolo. Sei que isso soa um pouco histérico, mas ele realmente me deu essa impressão. Havia algo que vinha dele que era profundamente perturbador”.

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Para Fry, o atual presidente brasileiro, que concorre à reeleição, “é uma ameaça real à estabilidade não só do Brasil, mas de todo o continente sul-americano e do mundo, na verdade, porque há cada vez mais pessoas como ele na política, que se reconhecem e se juntam”.

Em setembro de 2018, pouco antes das eleições que levaram Bolsonaro à presidência da República, Stephen Fry gravou um vídeo no qual alertava sobre os riscos do candidato que liderava as pesquisas. “O Brasil é melhor que Bolsonaro”, disse ele na ocasião, pedindo para que a população refletisse sobre “o que significa ser brasileiro”.

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Ao 247, ele observou que tudo o que ele temia “parece ter se tornado realidade em termos de seu racismo, sua homofobia,  suas mentiras, sua recusa a respeitar as normas de um debate decente, da lógica, das provas da verdade e, é claro, a maneira como ele lidou com a pandemia foi absolutamente chocante.  Foi realmente horrenda”.

Falando “como um amigo do Brasil, que adora visitar o país, que tem tantas qualidades que são inspiradoras para o resto do mundo”, o ator arrisca um conselho a quem vive por aqui: “Há uma escolha possível. Tenho certeza de que Lula (PT) não é perfeito, mas, por outro lado, o que ele conseguiu realizar em sua presidência foi algo de impressionante, em termos de tirar tantas pessoas da pobreza e criar novas perspectivas para muitos que antes eram esquecidos…”.

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Chance de golpe

Para Fry, “é óbvio” que o ocupante do Planalto vem dando sinais de que “não aceitará a derrota” nas eleições de outubro deste ano, resultado provável dada sua posição 15 pontos atrás em relação ao ex-presidente Lula, segundo o Datafolha divulgado nesta quinta-feira (1º). “E se ele então tentar atiçar seus seguidores, seus fãs e admiradores a fazer algo equivalente à insurreição de 6 de janeiro em Washington, seria um dia muito sombrio para o Brasil”, imagina.

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“Creio que os militares não iriam tão longe”, prossegue o ator inglês. “Creio que eles entendem que isso seria desastroso para o país. Acho que os militares seriam reprimidos em sua tentativa de insurreição. Mas talvez eu esteja sendo muito otimista”, completa.

Ascensão da extrema direita

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Questionado por que acredita que figuras como Donald Trump, Jair Bolsonaro e em alguma medida Boris Johnson ganharam tanto poder no mundo, ele atribui parcialmente a um fracasso da esquerda e sua dificuldade em dialogar com o povo.

“Temo que uma das respostas seja de que a esquerda, o centro progressista e a centro-esquerda fracassaram. Não conseguimos, de modo algum, passar a impressão de sermos amigos do povo e dos eleitores. Somos vistos como uma elite, como ‘woke’, como puritanos, como autocentrados e arrogantes, e há uma forte percepção de que figuras como Bolsonaro, Modi ou Orban, e Trump e Johnson, falam para uma classe trabalhadora empobrecida e privada de direitos,  geralmente branca, que não sente que o  establishment, a mídia, os atores, Hollywood, pessoas como eu, falam para eles, que temos nossa maneira ‘educada’ de falar, que é esnobe”.

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