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Entrevistas

Boaventura Sousa Santos: campanha de Lula precisa ir às ruas já

"O Brasil é o grande laboratório do novo fascismo no mundo", disse ainda o sociólogo português

Boaventura Sousa Santos e Lula (Foto: Milton Martínez/Secretaría de Cultura de la Ciudad de México | Ricardo Stuckert)
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247 – O sociólogo português Boaventura Sousa Santos, um dos maiores intelectuais da atualidade, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que é preciso fazer um balanço equilibrado do primeiro turno das eleições no Brasil. "A força da extrema direita no Brasil certamente surpreendeu, mas a frustração da esquerda é exagerada. O bolsonarismo está muito mais implantado nas classes populares do que se pode imaginar e o Brasil está se tornando um país evangélico e fundamentalista", disse ele. "Lula abriu um ciclo de conquistas, mas atingiu o fundo da sociedade brasileira, que é colonialista. Vivemos uma reação das elites", acrescentou.

Boaventura previu um segundo turno bastante disputado. "Há dois Brasis em disputa neste momento e qualquer pequeno erro pode decidir a disputa. Há muito dinheiro internacional sustentando a onda conservadora no Brasil", afirmou Boaventura, que defendeu maior mobilização. "A campanha de Lula precisa ir às ruas já. A direita está batendo de porta a porta, mas a esquerda está com medo", afirmou.

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O intelectual também recomendou certa prudência diante dos apoios que estão chegando a Lula. "Alguns apoios a Lula, como de FHC e Armínio, reforçam a imagem de antissistema em Bolsonaro", afirmou Boaventura, antes de fazer uma reflexão sobre o estágio atual do capitalismo. "O neoliberalismo foi, em sua primeira fase, um ataque aos direitos sociais e econômicos previstos nas constituições. O fortalecimento da extrema direita é a nova fase do neoliberalismo, com ataque aos direitos cívicos e políticos. Ele se torna incompatível com a democracia. Hoje, o Brasil é o grande laboratório do novo fascismo no mundo e as democracias estão a morrer democraticamente", afirmou. "A onda da extrema direita é global, não apenas no Brasil. E o ciclo conservador está longe de ser derrotado, mesmo que Lula ganhe. A democracia no Brasil está por um fio", finalizou.

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