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Entrevistas

Breno Altman: política externa de Lula dependerá de contenção da burguesia agrária, mineradora e financeira do Brasil

Presidente eleito pode formar com Xi Jinping, Vladimir Putin e Joe Biden quarteto-chave em conflitos e soluções para o planeta; veja vídeo na íntegra

Breno Altman e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Ricardo Stuckert)
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Por Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi - O jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, vê um quadro promissor para a reentrada do futuro presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no cenário das relações internacionais nos próximos anos. 

Um indicativo da expectativa mundial de que Lula assuma posição de vanguarda na questão ambiental é o convite para que o presidente eleito participe da COP27, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, no Egito, neste mês. 

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“Tanto é assim que Jair Bolsonaro, estrebuchando, já diz que Lula é um usurpador por estar indo à COP27 antes de tomar posse”, lembrou Altman no programa 20 MINUTOS ANÁLISE desta segunda-feira (07/11). 

Embora Lula goze de autonomia para formular sua política externa, sem interferências diretas do Congresso Nacional, o jornalista alerta que mudanças internas profundas precisarão acontecer para que o Brasil volte a um papel positivo em prol da justiça climática planetária. 

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“Não existe como preservar a Amazônia sem que se ponham limites duríssimos à expansão da pecuária, da soja e da mineração. O que leva ao desmatamento da Amazônia, entre outros fatores, é a expansão dessas fronteiras. Uma política externa vinculada à justiça climática e à questão ambiental necessariamente tem que ser uma política de contenção da burguesia agrária, mineradora e financeira”, avalia. 

A reversão da política externa de Bolsonaro deve começar pelo rompimento do alinhamento automático do Brasil com os Estados Unidos, sem que isso implique uma aliança incondicional com o outro polo, onde estão China e Rússia. “É possível afirmar que o quarteto formado por Lula, ao lado de Xi Jinping e Vladimir Putin de um lado e de Joe Biden do outro, seja a chave principal para o desenvolvimento das polêmicas, tensões e acordos internacionais dos próximos anos. Esse quarteto tem a chave dos grandes conflitos e das possíveis soluções para o planeta”, prevê Altman, com a ressalva de que o Brasil, por enquanto, segue na condição de país da periferia do capitalismo, sem capacidade nuclear e sem assento no Conselho Econômico da ONU.

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A expectativa é que Lula reverta o isolamento provocado pelas políticas bolsonaristas, fundadas na subordinação aos Estados Unidos, no abandono dos acordos climáticos para favorecer a expansão do agronegócio sobre a Amazônia e no emprego da política externa do Brasil a serviço do embate político-ideológico em favor dos aliados de direita e ultradireita do atual presidente.

Integração regional

A julgar pela condução das relações internacionais nos governos anteriores de Lula e Dilma Rousseff, deve-se esperar a reintegração do Brasil ao bloco regional formado pela América Latina e, particularmente, a América do Sul, em confronto com o imperialismo capitalista liderado pelos Estados Unidos. 

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“Esses países têm o interesse comum de reverter a atual divisão neocolonial de trabalho no mundo, que faz da América Latina provedora de produtos agrícolas e minerais e leva o subcontinente a uma progressiva desindustrialização”, interpreta Altman, defendendo um novo ciclo de união de forças no bloco latino-americano. 

Para o jornalista, Lula, como em momentos passados, voltará a atuar em prol da justiça climática no mundo, reivindicando que a maior conta da luta preservacionista seja paga pelos países ricos, que já devastaram seu meio ambiente no processo de desenvolvimento industrial. 

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Mais sintonizado com o mundo multipolar chinês que com a unipolaridade imposta pelos Estados Unidos desde o colapso da União Soviética, Lula deve investir no fortalecimento do Banco dos Brics e de outras instituições fora da órbita imperialista do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Altman prevê disputas nas relações brasileiras com o resto do mundo. “A conversa suave dos europeus com o Brasil sempre terá uma contradição estrutural, porque a Europa, seja com governos conservadores ou social-democratas, faz parte do sistema imperialista liderado pelos Estados Unidos”, pondera. 

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