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Brasil

Mercadante: “Bolsonaro quebrou o estado brasileiro e a Educação talvez seja a herança social mais pesada”

Coordenador técnico da Transição, ex-ministro diz que situação é dramática não apenas para começar 2023, mas para terminar 2022

Grupo Técnico de Educação da Equipe de Transição (Foto: Reprodução)
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247 - Os recursos para investimentos na Educação são menores do que os que foram aplicados em 2010 e não há recursos para pagar médicos residentes e bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado já em dezembro. Esse foi o cenário dramático exposto pelo grupo da Educação e de Planejamento, Orçamento e Gestão na Equipe de Transição em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (6), em Brasília. 

“O governo Bolsonaro quebrou o estado brasileiro e a Educação talvez seja a herança social mais pesada”, resumiu o coordenador técnico da Transição e ex-ministro da área, Aloizio Mercadante. “Serviços essenciais ou já estão paralisados ou correm grande risco de serem totalmente comprometidos”, criticou Mercadante. O ex-ministro alertou que o cenário é dramático não apenas para o início do ano e, portanto, do governo que se inicia, mas já para dezembro. Ele também observou que há ministros do atual governo que “parecem viver em uma realidade paralela”.

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Servidores sem reajuste

Coordenadora do GT de Planejamento, a economista Esther Dweck destacou o risco de interrupção dos serviços do governo digital, que a população acessa por meio do Gov.br, e que necessitam de R$ 60 milhões em 2023, mas não há previsão no orçamento. “Todo mundo conhece o Gov.br. Quase todos os brasileiros têm acesso ao sistema de alguma forma, seja pelo E-social, ConectSUS, uma série de serviços que são prestados à população nessa área, e o orçamento não acompanhou a demanda crescente por esses serviços. A demanda de 2022 para 2023 é de aumento de mais de R$ 60 milhões e isso não foi acompanhado”, revelou na entrevista.

Outro problema apontado no trabalho de diagnóstico da área é a desvalorização dos servidores públicos e das carreiras, principalmente na área de tecnologia da informação. O Estado brasileiro está perdendo profissionais para o mercado privado. “Temos preocupação enorme de garantir a prestação de serviços à população, inclusive com uma carreira que é disputada com o mercado privado. Apesar de ter uma carreira própria no governo federal, a gente tem perdido servidores”, lamentou.

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Coordenadores dos GTs de Planejamento e Trabalho reuniram-se com as entidades do funcionalismo público para a elaboração do diagnóstico. Esther apontou que as conversas com as categorias significam a abertura do diálogo para a valorização desses profissionais. No encontro, os GTs receberam diversas demandas, principalmente a retomada da negociação coletiva, e que seja assegurada via legislação. O maior problema é que os servidores estão há sete anos sem reajuste.

Outra demanda da categoria foi a elaboração de uma nova proposta de Reforma Administrativa que substitua a PEC 32 que está parada no Congresso. “Os servidores querem o início de uma discussão do que seria a reforma administrativa para o funcionamento do Estado”, disse Esther. “São pleitos importantes diante da falta de diálogo e de desmerecimento do servidor e precarizando o serviço público e atrapalhando o atendimento da população.”

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Segundo Mercadante, o Gabinete de Transição estuda novas formas de organização da Administração Pública, de forma mais eficaz. “Não teremos recursos para reverter tudo que nós estamos encontrando e temos que estabelecer prioridades para restabelecer serviços essenciais e capacidade de investimento”, disse ele. Uma das possibilidades em estudo é o compartilhamento de estruturas administrativas em mais de um ministério. “Nem todo ministério precisa ter uma estrutura administrativa própria. Centralizada, consegue dar suporte sem aumentar as despesas.”

Organismos internacionais

O país deve R$ 5 bilhões a organismos internacionais, não tem previsão orçamentária em 2023 para pagar essa dívida, como também não tem recursos para manutenção do governo digital nem para o reajuste dos servidores públicos federais que estão há sete anos sem aumento.

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“A política externa do governo transformou o país num pária que deve R$ 5 bilhões para organismos internacionais. Isso significa que o país será excluído desses fóruns. Não tem direito a voto, não tem direito a participação. É uma dívida pesada que também não tem previsão orçamentária para o ano que vem”, disse ele.

Segundo o diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais da PUC de São Paulo, Antônio Correia de Lacerda, um dos coordenadores dos GT de Planejamento, o Brasil está inadimplente junto a órgãos internacionais (ONU, OMC, OIT e outros, incluindo na área ambiental) e isso significa que o país perde a interlocução com o mundo. “Isso vai na contramão de um processo de inserção internacional. Resgatar essa função é determinante. A participação do Brasil nesses órgãos internacionais é muito importante para essa nova visão do Estado, visão do planejamento e o próprio desenvolvimento nacional”, defendeu.

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Confira a íntegra das duas coletivas:

 

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Com informações do Gabinete de Transição

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