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Economia

Presidente do BC defende coordenação das políticas fiscal e monetária para reduzir juros

Campos Neto relatou ter tido conversa positiva com o futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central tem alertado que é importante ter coordenação entre políticas fiscal e monetária e que essa é a melhor forma de se criar um ambiente futuro para queda de juros, disse nesta quinta-feira o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

Em apresentação do relatório de inflação, Campos Neto relatou ter tido conversa positiva com o futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad, afirmando que o ex-prefeito teria concordado com “quase todos os pontos” do diálogo.

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Ele acrescentou ter dito a Haddad que, dependendo da forma de comunicação, o governo pode gastar mais gerando um efeito menor sobre a curva de juros.

"Quando você tem mais transparência, você consegue fazer o mesmo gasto com menos dano a sua credibilidade", disse.

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Segundo Campos Neto, diante das incertezas em torno de como ficará o texto final da PEC da Transição, a autarquia tem usado como premissa de análise a expectativa do mercado para o gasto adicional do governo com a PEC, que estaria em 130 bilhões de reais.

Após o BC enfatizar a questão fiscal como um fator de incerteza elevada em seus comunicados, Campos Neto disse que a aprovação da PEC será levada em conta para que o BC reavalie seu balanço de riscos.

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Ele afirmou ser importante observar o efeito da medida na trajetória da dívida pública, ponderando que é preciso aguardar a aprovação do texto para analisar seus impactos.

O presidente do BC indicou não achar adequado o argumento usado pelo governo eleito de que o gasto público em 2023 tem que ter o mesmo nível deste ano na proporção do PIB. "Essa métrica sempre tem um problema da ciclicalidade, em alguns momentos o PIB cai e o governo precisa gastar mais. Se você amarra o gasto constante em relação ao PIB, o que acontece quando o PIB cai e você tem aquela situação em que precisa fazer uma política contracíclica?", afirmou.

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Na entrevista, o presidente do BC não foi específico sobre o plano do BC para um eventual início nas reduções de juros, mas ressaltou que o mercado reagiu ao debate fiscal não apenas adiando essa expectativa de corte como também inseriu altas na taxa ao longo da curva de juros.

"A gente segue vigilante", afirmou.

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Em relação à atividade econômica, o BC disse esperar uma redução do crescimento à frente, prevendo também uma ampliação da ociosidade econômica no país diante dos efeitos do aperto monetário.

Campos Neto ressaltou que o BC faz alertas sobre impactos de medidas parafiscais, ressaltando que a diminuição do crédito subsidiado nos últimos anos teve grande relevância na diminuição da taxa neutra de juros do país e tem efeito sobre a potência da política monetária.

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Segundo ele, uma mudança nessa política pode reverter esses fatores. "Quando efeitos começam a se incorporar nas expectativas, o Banco Central tem que agir", disse.

A afirmação foi feita em meio a especulações sobre o possível uso de bancos públicos pelo governo eleito para estimular a economia por meio de crédito subsidiado. A equipe de transição também mencionou possível revisão da Taxa de Longo Prazo (TLP), usada nos financiamentos do BNDES.

Campos Neto afirmou que o BC participou ativamente da formulação da TLP, que entrou em vigor antes do seu mandato, e ressaltou que o modelo com menor subsídio da União representou um ganho institucional e reduziu a taxa neutra de juros do país.

Sobre sua permanência no cargo, o presidente do BC disse que pretende ficar até o fim do mandado em 2024, prazo que considera suficiente para cumprir seus objetivos. Ele se posicionou contra a recondução para novo ciclo na presidência e disse que não tratou sobre esse tema com Haddad.

Campos Neto destacou ainda ter falado a Haddad que o ideal é conduzir o processo de indicação de novos diretores do BC "de forma suave e consensual".

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