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Economia

"Daqui a pouco as empresas terão problemas para vender e recolher impostos", diz Haddad

Ministro da Fazenda afirma que política recessiva do Banco Central compromete a economia e o resultado fiscal

Fernando Haddad (Foto: Reuters/Agustin Marcarian | Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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Brasília (Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado da decisão de juros do Banco Central (BC) publicado mais cedo "muito preocupante", na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país.

"Eu considerei o comunicado muito preocupante", disse Haddad a jornalistas nesta quarta-feira no Ministério da Fazenda. "O Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo", acrescentou.

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O ministro mencionou ainda relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado nesta tarde. Segundo ele, o documento mostra que "nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas", afirmou.

No início da noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic, taxa básica de juros do país, em 13,75% ao ano, como amplamente esperado pelo mercado.

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No comunicado que acompanha a decisão, o Copom não apresentou sinal concreto sobre um eventual afrouxamento monetário à frente, contrariando expectativas no mercado e no governo por uma indicação sobre o momento em que poderia iniciar os cortes na taxa.

"O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional", informou o comunicado da reunião do Copom, reafirmando que o colegiado poderá retomar as altas na Selic se necessário para reduzir a inflação.

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Haddad disse que a depender das futuras decisões de juros, o Copom pode comprometer o resultado fiscal do país. "Daqui a pouco, você vai ter problemas nas empresas para vender e recolher impostos. Nossa preocupação é essa", disse ele.

O ministro ainda afirmou esperar um outro tom na ata da reunião do Copom, que será divulgada na próxima terça-feira, dando como exemplo a primeira decisão de juros no novo governo Lula, em fevereiro.

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"Nós vamos sempre fazer chegar ao Banco Central nossas observações, como aconteceu no primeiro comunicado, que veio muito duro e a ata atenuou. Esperamos que isso aconteça de novo", disse ele, acrescentando que compartilhará suas opiniões sobre política econômica com Congresso e o BC.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi outro integrante do primeiro escalão a criticar o Copom.

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“Essa decisão não é o que o governo esperava. O que o povo brasileiro, os empresários, a indústria e todos desejam é a redução da taxa de juros", disse Costa após entrevista ao programa Voz do Brasil.

"Não dá pra compreender essa decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75%, já que este percentual foi adotado quando a inflação chegou no patamar de 10%. Hoje a inflação já caiu a metade, que é 5%. Não tem razão que explique a motivação do Banco Central em adotar essa medida”, acrescentou.

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Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a manutenção da taxa de juros em 13,75% pelo BC é "irresponsabilidade" e que iria continuar brigando para reduzi-la, visando fomentar a economia com mais investimento.

Os ministérios do Planejamento e da Fazenda projetaram nesta quarta-feira que o governo central fechará 2023 com déficit primário de 107,6 bilhões de reais, equivalente a 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB), rombo menor do que o previsto no Orçamento, de 228,1 bilhões de reais.

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