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Mundo

França tem recordes de participação e aumento da violência em protestos contra reforma da Previdência

Mais de um milhão de pessoas participaram de passeatas em todo o país, das quais 119 mil em Paris – um recorde desde o início da mobilização, em janeiro

Manifestantes entraram em confronto com a polícia durante o protesto contra a reforma da Previdência em Paris (Foto: Reprodução/RFI)
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RFI - A França registrou um aumento na participação nas manifestações contra a reforma das aposentadorias nesta quinta-feira (23), nono dia de greves e protestos. De acordo com o Ministério do Interior, mais de um milhão de pessoas participaram de passeatas em todo o país, das quais 119 mil em Paris – um recorde desde o início da mobilização, em janeiro.

 A participação em todo o país cresceu em relação ao oitavo dia de manifestações, em 15 de março, quando 480 mil pessoas saíram às ruas da França, segundo o ministério. 

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 O recorde de manifestantes também foi batido em diversas cidades neste que foi o primeiro dia de mobilização após a aprovação do projeto de lei que, entre outras medidas, aumenta a idade a aposentadoria de 62 para 64 anos. O projeto foi adotado sem votação na Assembleia Nacional.

 A decisão, anunciada na quinta-feira passada e confirmada na segunda com o repúdio de duas moções de censura contra o governo, deixou os opositores à reforma ainda mais revoltados. Desde então, centenas de pessoas, a maioria jovens, participam de protestos espontâneos, marcados pela queima de latas de lixo e denúncias de violência policial.

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 A mobilização desta quinta era considerada chave para saber se os sindicatos conseguirão manter os protestos, apesar da aprovação do projeto de lei. 

 Em Lyon, por exemplo, o número subiu de 22.000 para 55.000 manifestantes, enquanto em Brest cresceu de 20.000 para 40.000 participantes, assim como em Montpellier (18.000 para 40.000). Casos como estes se repetiram nas cidades menores, como Agen (4.000 para 6.000 manifestantes) ou Laval (5.200 para 9.600). 

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 De acordo com a contagem da empresa de comunicação Occurrence, 83.000 pessoas se manifestaram em Paris. Já a Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior sindicato da França, contabilizou 800 mil manifestantes na capital e 3,5 milhões em todo o país. 

 Embora os números costumem variar e, em geral, dobrar, conforme as contagens da polícia e as dos sindicatos, em algumas cidades a diferença foi maior, como em Saint-Etienne, onde a polícia declarou a presença de 6.200 pessoas no protesto e os sindicatos, 35.000. Em Marselha, a prefeitura contabilizou 16.000 manifestantes, 17 vezes menos que os 280.000 anunciados pela CGT.

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 Violência

 A violência estourou já no início do protesto em Paris, com várias centenas de manifestantes radicais quebrando janelas, vitrines e o patrimônio público. Um restaurante da rede McDonald’s também foi alvo.

 A Secretaria de Segurança Pública da cidade informou que “cerca de mil” manifestantes black blocs participaram do ato na capital. Até às 17h, ao menos 14 pessoas tinham sido detidas, segundo as autoridades policiais. 

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 Manifestantes improvisaram barreiras no Boulevard de Strasbourg, no centro da capital, para bloquear a circulação dos policiais, causando brigas com comerciantes e motoristas. 

 No 2º distrito da cidade, um incêndio foi declarado, após um monte de lixo ter pegado fogo. Habitantes da região alegam que o incêndio foi provocado por manifestantes. Vários carros e a fachada de um edifício queimaram. 

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 Vídeos que circulam em redes sociais mostram a polícia investindo e batendo com cassetetes em manifestantes, em Paris. 

 Em Bordeaux, a prefeitura foi alvo de um ataque e a porta de seu prédio foi incendiada, mas os bombeiros conseguiram controlar o fogo. 

 Distúrbios também ocorreram em outras cidades, como Rennes, Nantes, Toulouse e Estrasburgo. 

 Greve

 Na quinta-feira, os transportes ferroviários e o metrô parisiense sofreram fortes perturbações. Os sindicatos mencionaram "um dia negro" no setor.

 De acordo com a empresa de transportes ferroviários francesa, a SNCF, apenas metade dos trens de alta velocidade circulou. Em Paris, cerca de trinta estações de metrô estavam "fechadas ao público". Os trilhos de grandes estações da capital e outras cidades, também foram invadidos por várias centenas de manifestantes, interrompendo a circulação dos trens.

 Nas escolas, onde se esperava que a mobilização se renovasse, o ministério da Educação contou apenas 23,22% de professores e trabalhadores grevistas no ensino fundamental e 19,61% no ensino médio. Já os sindicatos informaram que 40% dos professores primários e 50% dos professores secundárias fizeram grave e 50% dos profissionais nas faculdades.

 O fornecimento de combustível para os aeroportos da região de Paris pela Normandia (oeste) chegou a um ponto crítico devido às greves nas refinarias, de acordo com o Ministério da Transição Energética.

 O governo francês já "emitiu uma ordem de requisição" para os grevistas na refinaria da TotalEnergies, na Normandia, que foi fechada no último fim-de-semana e onde os carregamentos de combustível estão bloqueados.

 A Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) pediu às companhias aéreas para quinta e sexta-feira que cancelassem 30% de seus voos em Paris-Orly e 20% em outros aeroportos.

 Os sindicatos denunciaram o "desprezo" e a "negação" do Chefe de Estado, que chegou discretamente na tarde de quinta-feira a Bruxelas para um Conselho Europeu.

 Segundo fontes próximas ao governo, o executivo espera que a disputa "desapareça" e que tudo volte ao normal "neste fim de semana". 

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