Valter Pomar: 'quando Lula fala paz, eles escutam Rússia, é inacreditável'
"Para os Estados Unidos e a Otan, não interessa a paz defendida por Lula”, avaliou o professor de Relações Internacionais em entrevista à TV 247
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247 - O professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Valter Pomar, concedeu uma entrevista à TV 247, comentando sobre as declarações do ex-presidente Lula durante sua viagem à Portugal.
Durante a viagem a Portugal, Lula afirmou que a guerra na Ucrânia deveria ser resolvida através do diálogo e da negociação, e que a paz é o único caminho possível para resolver conflitos. No entanto, Pomar ressaltou que, para os Estados Unidos e os países que compõem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), quando Lula fala de paz, eles ouvem Rússia.
Segundo o professor, a OTAN e seus aliados não estão interessados em resolver conflitos de forma pacífica, mas sim em derrotar a Rússia. Ele ainda destacou que os Estados Unidos e seus aliados utilizam a guerra como instrumento de política externa para impor seus interesses e dominar países estratégicos.
“Desde o início, as declarações do presidente Lula em relação à guerra oscilam de ênfase, mudam de forma, são questionadas por aparentemente uma ser contraditória com a outra, mas existe um fio de continuidade, que é a paz. Essa preocupação aparece em todas as declarações, sejam mais formais ou informais. Em todo momento, Lula fala de paz. E isso não cai bem nos ouvidos do governo dos Estados Unidos, da Otan”, afirmou Valter Pomar.
“Quer dizer, todas vez que os caras ouvem ‘paz’, eles escutam ‘Rússia’. É inacreditável. Então, não importa o que Lula fale, o que importa é que, ao incluir a palavra paz, eles entendem que ele arrasta a asa para a posição da Rússia. Para eles não interessa a paz”, acrescentou.
"GSI não serviu para nada"
Pomar criticou a atuação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no episódio, afirmando que o órgão não serviu para nada e que foi ineficiente em garantir a segurança. Segundo o professor, o GSI pode ter sido passivo ou até mesmo ativo no crime, o que o torna cúmplice.
"Se o GSI foi passivo, ou seja, se não fez nada para evitar o atentado, então ele é cúmplice por omissão. Se ele foi ativo, então ele é cúmplice por ação", afirmou Pomar. “A verdade é que ele não serviu para nada”.
O professor destacou que existem vários modelos de segurança que podem ser utilizados para garantir a proteção do presidente e das instituições, e que o GSI não se mostrou útil nesse sentido. Ele ainda questionou a necessidade de manter o órgão em funcionamento se ele não cumpre sua função.
Assista à entrevista de Valter Pomar:
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