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      PF também investiga vacina falsa de Bolsonaro em São Paulo

      UBS que aparece no registro diz que ex-presidente jamais esteve na unidade. Bolsonaro teria usado certificado falso para entrar nos Estados Unidos

      Jair Bolsonaro e Zé Gotinha (Foto: Agência Brasil)
      Aquiles Lins avatar
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      RBA - A Polícia Federal (PF) investiga a suspeita de uma terceira certidão falsa de vacina contra a covid-19 inserido no cartão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação incluída nos sistemas do Ministério da Saúde aponta que Bolsonaro teria tomado uma vacina da Janssen no dia 19 de julho de 2021 em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro de Peruche, na zona Norte de São Paulo.

       No entanto, o posto de saúde já informou à Controladoria Geral da União (CGU) que o ex-presidente jamais esteve na unidade. A UBS também ressalta que não recebeu o lote da vacina citada. Por conta da suspeita de fraude, funcionários do Programa Municipal de Imunização (PMI) registraram o boletim de ocorrência.

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       “Não posso afirmar que foi um ataque hacker, por isso fizemos o BO para apuração. Os fatos apontam para possível fraude de registro, por isso o PMI procurou a Polícia Civil e abriu um BO para investigação dos fatos”, disse o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ao portal g1.

       Além disso, Bolsonaro estava em Brasília na data. O ex-presidente passou quatro dias internado com obstrução intestinal em um hospital particular de São Paulo e recebeu alta no dia 18 de julho de 2021, quando voltou para o Distrito Federal.

       A CGU repassou a informação à PF, que já investigava outros dois registros falsos de vacinação de Bolsonaro, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, no âmbito da Operação Venire. De acordo com a PF, os certificados da Janssen foram emitidos em 30 de dezembro de 2022 e 14 de março deste ano.

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       Cid prepara a “fuga”

       Na primeira data, o acesso ao ConecteSUS partiu de um celular vinculado a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele teria emitido o documento cerca de duas horas antes de embarcar junto com Bolsonaro para os Estados Unidos.

       Os investigadores também identificaram informação falsa nos registros de vacina da filha de Bolsonaro, Laura, de 12 anos, às vésperas da viagem. Cid e outras cinco pessoas estão presas, suspeitas de participarem do esquema que fraudava certificados de vacinação. Bolsonaro também é investigado, suspeito de se beneficiar do esquema.

       Esse terceiro caso reforça as suspeitas de que Bolsonaro teria participado da adulteração do cartão de vacina para poder entrar nos Estados Unidos. O então presidente viajou ao país outras duas vezes no ano passado, mas estava em missão oficial. Assim, teria se aproveitado de uma certa flexibilização das normas sanitárias, em função do seu status diplomático. Não foi o caso, no entanto, da viagem realizada em dezembro. Bolsonaro praticamente fugiu do Brasil, às vésperas da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

       As declarações da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após a PF realizar busca e apreensão na residência do casal em Brasília, também corroboram a suspeita de fraude. “Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria ‘falsificação de cartão de vacina’ do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas eu fui vacinada”, afirmou ela, pelas redes sociais.

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