Na Turquia, Erdogan chega em 1º lugar em eleições presidenciais que serão decididas no 2º turno

247 - O presidente Tayyip Erdogan chegou em 1º lugar nas eleições presidenciais de domingo (14) na Turquia. Nem ele, que pleiteia a reeleição, nem Kemal Kilicdaroglu ultrapassaram o limite de 50% necessário para evitar um segundo turno, que será realizado em 28 de maio. Com 98,74% das urnas apuradas, Erdogan liderava com 49,35% dos votos e Kilicdaroglu tinha 45,92%, segundo a Al Jazeera.

Os resultados refletiram a profunda polarização em um país que vive uma encruzilhada política. A aliança governista de Erdogan terá maioria no Parlamento, dando a ele uma vantagem potencial para o segundo turno, indica a Reuters.

A eleição presidencial decidirá sobre quem comandará o país que ocupa posição-chave entre a Europa e o Oriente Médio e, mesmo sendo membro da Otan, desempenha papel peculiar em suas relações com a Rússia. 

Erdogan teve um desempenho melhor do que as pesquisas pré-eleitorais previam e se mostrou confiante na vitória ao se dirigir aos seus apoiadores. Antes da eleição as pesquisas apontavam para uma disputa muito acirrada, mas deram a Kilicdaroglu, uma ligeira vantagem. Duas pesquisas na sexta-feira o mostraram acima do limite de 50%.

O partido do presidente turco, o Partido da Justiça e Desenvolvimento, é nacionalista, conservador, com fortes vínculos com o islamismo. Alcançou maioria no parlamento e dá a largada com vantagem para o 2º turno. 

Kemal Kilicdaroglu. do Partido Republicano do Povo, o mais antigo partido político, lidera uma coalizão heterogênea de seis partidos, entre eles agremiações consrvadoras, centristas e de centro-esquerda. 

A eleição foi amplamente retratada como um referendo sobre Erdogan, que governou a Turquia como presidente desde 2014 e foi primeiro-ministro por 11 anos antes de se tornar chefe de Estado. Depois de derrotar uma tentativa de golpe em 2016, o titular seguiu um caminho de relativa independência geopolítica, posicionando a Turquia como uma grande potência regional, afastando-se da integração com a União Europeia e estreitando laços com Moscou – o que não mudou, mesmo em meio ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Kilicdaroglu, por sua vez, adota uma abordagem mais pró-Ocidente.