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      Pedro Paiva

      Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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      Rita Lee ressignificou o sobrenome de um general escravocrata

      No Brasil, ele não é mais símbolo da opressão e dos crimes contra a humanidade, mas sim de uma artista genial que se manteve sempre do lado certo da história

      Rita Lee (Foto: Reprodução/Instagram)

      Rita Lee foi uma artista que lutou contra a opressão masculina e todo tipo de preconceito. Além da rainha do rock, é um ícone brasileiro da liberdade, da batalha contra o conservadorismo e a caretice. 
Poucos sabem, mas “Lee” não era um sobrenome da Rita Lee. Nascida em Santa Bárbara d’Oeste, em São Paulo, Rita era filha de um descendente de imigrantes estadunidenses do Alabama e do Tennessee. Ela e os irmãos ganharam o nome composto em homenagem ao general Robert. E. Lee.

      Depois da Guerra Civil Americana, e com a derrota do sul escravocrata, um grupo grande fugiu do país à procura de um lugar onde pudessem seguir se beneficiando do trabalho forçado de pessoas escravizadas. O destino foi o Brasil, onde a escravidão ainda era lei, mais especificamente a região das cidade de Santa Bárbara do Oeste e de Americana - que ganhou esse nome por conta dos imigrantes. Até hoje, pelas ruas dessas cidades, não é raro encontrar uma bandeira confederada tal qual no sul dos Estados Unidos.

      O general Robert E. Lee foi um dos principais militares confederados, liderando o exército na região do estado da Virgínia, próximo a Washington, de onde Abraham Lincoln coordenava as tropas do norte. Símbolos de homenagem ao general se tornaram motivo de manifestações pelo país nos últimos anos. Em setembro de 2021, uma grande estátua do general foi removida de Richmond e doada ao museu da história preta.

      Mas Rita cresceu e ressignificou o nome “Lee”. No Brasil, ele não é mais símbolo da opressão e dos crimes contra a humanidade, mas sim de uma artista genial que se manteve sempre do lado certo da história. A nossa “Lee” foi a ovelha negra da família que mostrou que, sim, é possível ser um ser humano melhor do que aqueles que vieram antes de nós. Robert Lee foi para a lata de lixo da história. Rita Lee será imortalizada pela mesma.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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