Valter Pomar: projeto do agronegócio é manter o país como subpotência exportadora de produtos primários

247 – O historiador e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), Valter Pomar, concedeu uma entrevista à TV 24, no programa Contramola, na qual abordou a contínua disputa entre o agronegócio e a reforma agrária no Brasil.

Pomar ressaltou que o Brasil passou por um período de industrialização entre 1930 e 1980, mas lamentavelmente se desindustrializou desde então, retornando a um cenário de subpotência exportadora de recursos minerais, vegetais e proteína animal. Nesse contexto, o dirigente do PT mencionou a visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca conciliar diferentes interesses e ideologias, evitando conflitos desnecessários.

Enquanto o agronegócio busca manter o Brasil como uma subpotência primário-exportadora, a esquerda defende a construção de uma potência neoindustrial, capaz de promover um desenvolvimento mais amplo e equilibrado. Pomar destacou que a oposição do agronegócio à reforma agrária está intrinsicamente ligada a essa divergência de projetos.

O modelo de país defendido pela esquerda visa garantir a segurança alimentar, a dignidade para toda a população brasileira e uma atividade agropecuária e mineradora que não cause danos excessivos ao meio ambiente, respeitando também os territórios indígenas e quilombolas, além das liberdades democráticas. Esses princípios fundamentais são colocados em xeque pela postura do agronegócio.

Pomar enfatizou que a luta contra o agronegócio não implica a eliminação das empresas que atuam nesse setor, mas sim a necessidade de limitar sua influência desproporcional no país. O problema reside no fato de que o agronegócio não deseja apenas uma parte do país, mas sim o controle total, o que torna o embate inevitável. Assista: