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      Miriam Leitão diz que os números da economia desmentem o Banco Central

      Consequência da intransigência de Roberto Campos Neto pode ser o fim da independência da instituição

      Miriam Leitão e Roberto Campos Neto (Foto: Reprodução/TV Globo | José Cruz/Agência Brasil)

      247 – Em coluna publicada no jornal O Globo, a jornalista Miriam Leitão sustenta que os números da economia desmentem o Banco Central. Segundo ela, o BC argumenta que o antibiótico usado até o momento não debelou a infecção econômica, embora os números não sustentem essa afirmação. Houve uma deflação em vários preços, evidenciada pela maior queda da história no Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que registrou -6,72%. Além disso, há uma desinflação em andamento em outros bens e serviços. A percepção de risco também melhorou, como indicado pelo Credit Default Swap (CDS), que caiu mais de 80 pontos em três meses.

      O Banco Central analisa o mercado de trabalho e acredita que o emprego está em um nível elevado. Embora pareça algo positivo, economistas alertam que o desemprego muito baixo pode ser um sinal de perigo de alta inflação. Na ata da reunião de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o mercado de trabalho apresentava resiliência, com aumento líquido de postos de trabalho e estabilidade na taxa de desemprego. No entanto, Miriam Leitão levanta dúvidas sobre se o mercado de trabalho está realmente bom e se há algum crescimento na demanda. Ela destaca que os dados de atividade econômica, consumo, produção e investimento tendem a cair, e o PIB do primeiro trimestre foi um ponto fora da curva.

      A jornalista argumenta que é difícil conciliar as lógicas econômica e política, mas quando o Banco Central nega as melhorias óbvias nos indicadores, nos cenários, nos preços e nas análises do próprio mercado, torna-se impossível essa conciliação. Ela destaca que mais de 90% do mercado financeiro esperava uma redução dos juros em agosto, mas após a reunião do Copom, esse número despencou. A mudança nas projeções mostra que a autoridade monetária está formando expectativas negativas.

      O país se encontra em um ponto perigoso, pois críticas aos juros altos por parte de políticos e empresários são normais, mas se o Banco Central perder a razão, o governo pode propor o fim da independência da instituição. A colunista ressalta que até a próxima reunião do Copom, o BC tem tempo para mudar de direção. A ata será divulgada durante a semana e será examinada em busca de algum sinal de flexibilidade. Além disso, na quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional discutirá a meta de inflação para os próximos anos.

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