EUA tentaram barrar cooperação da França com Brasil por submarino nuclear, diz Sarkozy
Em seu livro de memórias, ex-presidente da França também exalta o presidente Lula: "não é um homem que se pode destruir ou reduzir"
247 - O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy revelou em seu recém-lançado livro de memórias 'O tempo de combates' que os Estados Unidos tentaram barrar a cooperação da França com o Brasil pela obtenção dos submarinos nucleares pela Marinha brasileira. Ele conta que ignorou a pressão americana para fechar o acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu transgredi as regras habituais e ignorei a oposição dos Estados Unidos, aceitando ajudar os brasileiros a adquirir submarinos com propulsão nuclear", relata Sarkozy.
Observando que os submarinos nucleares nada têm a ver com bombas atômicas, Sarkozy também afirma que as negociações com o Brasil pela compra de caças Rafale provocou tensão com Washington. Segundo ele, os americanos "se bateram até o fim para fazer esse projeto fracassar". No final das contas, o Brasil optou por comprar os caças suecos F-39 Gripen.
"Os americanos não aceitam bem a menor recusa de alinhamento sistemático, que é imediatamente percebida como uma traição", escreve Sarkozy.
No livro, Sarkozy relembra bons momentos que teve com o presidente Lula, e exalta a simpatia que guarda pelo líder brasileiro. "Lula não é um homem que se pode destruir ou reduzir. É uma rocha. Confesso admirar esse homem sem fazer julgamento sobre seus 'casos’, dos quais ignoro tudo’’.
Iniciado em 2008 através de um acordo entre Brasil e França, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) é um projeto da Marinha do Brasil que utiliza-se da troca tecnológica entre as duas nações. O programa visa ao desenvolvimento de quatro submarinos convencionais inspirados no modelo francês da classe Scorpéne. Além disso, o Prosub também tem como objetivo a conclusão do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, planejada para o ano de 2029, com seu lançamento subsequente agendado para 2033. (Com informações do Valor Econômico).
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