Jean Wyllys pode ter sido um dos alvos da Abin paralela criada no governo Bolsonaro
Ex-deputado teria sido alvo de espionagem ilegal – o que indica que sua vida de fato estava em risco
247 – A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação abrangente para apurar se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) realizou operações de monitoramento ilegal da localização de celulares de diversas figuras públicas, incluindo o ex-deputado federal Jean Wyllys, um servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e caminhoneiros, segundo aponta reportagem do jornal O Globo. Além disso, as autoridades estão examinando suspeitas de vigilância durante as eleições municipais e em áreas próximas ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), bem como em regiões notáveis em Brasília e no Rio de Janeiro.
O escândalo veio à tona quando veio a público que a Abin supostamente empregou um sistema secreto chamado "First Mile" durante o governo de Jair Bolsonaro. Esse sistema teria a capacidade de rastrear a localização de até 10 mil indivíduos por ano, tudo isso sem a necessidade de uma autorização judicial. Basta digitar o número de um telefone no programa para visualizar a localização com base na conexão de rede do dispositivo. Essa ferramenta foi desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (anteriormente Verint) e operada sem nenhum controle formal de acesso pela equipe de operações da agência de inteligência.
A investigação revelou que, entre os cerca de 1.800 acessos registrados pela Abin no "First Mile", um deles estava relacionado ao ex-deputado Jean Wyllys. No início de 2019, o ex-parlamentar deixou o Brasil alegando ameaças e se tornou um crítico do governo Bolsonaro. Por meio de seu advogado, Wyllys afirmou que se trata de algo gravíssimo, que revela que o ex-deputado estava (ou ainda está) sob forte ameaça. O ex-parlamentar também pretende buscar reparação do estado brasileiro por ter sido espionado ilegalmente.
A PF também está averiguando o suposto monitoramento do celular de um servidor do TSE, que desempenhava funções na área de tecnologia e era responsável pelo funcionamento das urnas eletrônicas no país.
Outros pontos sob investigação incluem o aumento notável de acessos ao programa de espionagem durante as eleições municipais de 2020, bem como o monitoramento de líderes de grupos de caminhoneiros, dirigentes de entidades do setor e até mesmo jornalistas, advogados e opositores do governo Bolsonaro. A PF também está analisando como a empresa que forneceu o "First Mile" no Brasil explorou uma brecha na rede de telefonia para obter acesso a dados de movimentação de pessoas. A investigação está em andamento e promete revelar mais detalhes sobre essa alegada atividade de monitoramento clandestino pela Abin.
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