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      "Queremos transformar o Brasil em um canteiro de obras", diz Lula, em Fórum Empresarial no Catar

      Presidente participou de evento empresarial para atrair investimentos e vender produtos brasileiros, como os aviões da Embraer

      (Foto: Ricardo Stuckert)

      247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta manhã, de um Fórum Empresarial em Doha, no Catar, em que buscou atrair investimentos para o Programa de Aceleração do Crescimento. "Queremos transformar o Brasil em um canteiro de obras, construindo, ampliando e modernizando portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias", disse ele.

      Lula também destacou a importância de vender produtos brasileiros, como os aviões da Embraer. "Há amplo espaço para a ampliação e diversificação de nossa pauta comercial com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da EMBRAER – como o C-390 que me trouxe a Doha", afirmou. Leia, abaixo, a íntegra do seu discurso:

      É uma grande satisfação retornar a Doha e participar deste Fórum Empresarial.

      Tive a honra de ser o primeiro presidente brasileiro a visitar o Catar, em 2010.

      Trazer de volta o Brasil à região é o propósito desta minha minha visita.

      O Brasil necessita estar mais presente no Golfo, região com a qual compartilhamos importantes interesses comerciais e laços culturais e históricos. 

      Esta missão antecipa as celebrações do cinquentenário das relações diplomáticas bilaterais.  

      Compartilhamos a vocação pela paz.

      O Catar é um ator diplomático relevante graças a sua política externa de perfil ativo e independente.

      É um interlocutor-chave em vários temas de amplitude regional e global.

      Neste momento, em que a guerra volta a assolar o Oriente Médio, o Catar volta a desempenhar papel central em prol da paz no conflito Israel-Palestina.

      Quero saudar a mediação do Catar para o acordo anunciado há poucos dias entre Israel e o Hamas, que envolve a libertação de reféns (mulheres e crianças) em troca de uma trégua temporária e da libertação de prisioneiros palestinos (mulheres e crianças).

      Senhoras e senhores empresários,

      Hoje retorno com grande alegria para novamente abrir portas e construir pontes entre nossos países.

      Em meu primeiro mandato lançamos as bases para a aproximação comercial do Brasil com os países árabes.

      Abrimos embaixadas na região e acolhemos novas representações em Brasília.

      Lançamos a Cúpula América do Sul – Países Árabes, cuja segunda edição foi realizada aqui em Doha, em 2009.

      O comércio bilateral cresceu de maneira exponencial, passando de cerca de 38 milhões de dólares, em 2003, para os atuais 1,6 bilhão de dólares.

      O Catar é, atualmente, uma de nossas principais portas de entrada para negócios com o Oriente Médio e conta com um vibrante empresariado com intenso interesse pelo Brasil.

      Os empresários brasileiros acreditam no potencial do Catar e no futuro de seus negócios.

      Esse interesse encontra respaldo na forte complementariedade entre nossas economias.

      O Catar desempenha um papel fundamental para a agricultura brasileira como fornecedor de ureia, que tanto contribui para a elevada produtividade nacional.

      O Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, vem contribuindo de modo constante para a segurança alimentar catariana.

      Nossos produtos são reconhecidos pela alta qualidade, preços competitivos e garantia de fornecimento.

      Estamos comprometidos com uma agricultura sustentável e alinhada com as melhores práticas em matéria ambiental.

      Mantemos um manejo cuidadoso e criterioso dos produtos halal, com respeito pelos ritos islâmicos e pela cultura catariana.

      Há amplo espaço para a ampliação e diversificação de nossa pauta comercial com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da EMBRAER – como o C-390 que me trouxe a Doha.

      O Brasil também está implementando medidas de facilitação de comércio como um sistema eletrônico de validação e assinatura de documentos para operações de comércio bilateral.

      Com esse sistema – que já está em vigor em nosso comércio com o Egito e a Jordânia – teremos o potencial de reduzir os prazos e os custos das transações comerciais entre o Brasil e o Catar.

      Também queremos olhar juntos para o futuro e atrair uma nova onda de investimento para o Brasil.

      O aperfeiçoamento da infraestrutura é um desafio urgente que o Brasil deve enfrentar para consolidar seu desenvolvimento.

      Lançamos neste primeiro ano do meu governo o novo PAC, que contempla oportunidades de investimentos abertas e atrativas para estrangeiros.

      Queremos transformar o Brasil em um canteiro de obras, construindo, ampliando e modernizando portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias.

      Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira.

      Foi graças a investimentos públicos massivos em pesquisa científica, que o Brasil se transformou em menos de cinquenta anos em uma potência agroambiental, que produz alimentos, gera riqueza e alavanca o desenvolvimento regional.

      A transição energética é uma nova oportunidade de repetir essa história de sucesso nas áreas de energia de baixo carbono, reaproveitamento de resíduos, infraestruturas verdes e sociobiodiversidade.

      O Brasil vai ser em breve um exportador de sustentabilidade.

      Temos imenso potencial nos setores de energia solar, eólica, biocombustíveis e hidrogênio verde.

      Senhoras e Senhores,

      Parto hoje para a COP-28, onde lançarei um chamado à ação e à ambição no enfrentamento à crise climática. Estou certo de que o Catar também poderá ser um aliado importante nessa agenda.

      Mais do que fortalecer os laços de amizade que nos unem, acredito que Catar e Brasil podem atuar juntos em prol da paz e por um mundo mais justo, próspero e sustentável.

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