O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com 12 ministros e autoridades na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto, para discutir a situação no Território Indígena Yanomami. Em janeiro do ano passado, o governo recém-eleito encontrou uma crise humanitária na região e estabeleceu uma série de medidas para expulsar garimpeiros das regiões.
Lula quer um balanço das ações emergenciais realizadas no território indígena pelas pastas do governo no último ano, além do planejamento para a continuidade da assistência.
— A gente vai tratar a questão de Roraima, indígena, Yanomami, como uma questão de estado. Vamos ter que fazer um esforço maior e utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter, porque não é possível perder uma guerra para o garimpo ilegal — disse o presidente em áudio a jornalistas.
O governo anunciou emergência de saúde na terra Yanomami em janeiro de 2023 após constatar desassistência sanitária dos povos que vivem no local e forte presença de garimpo ilegal. À época, o Ministério da Saúde enviou para o local equipes da Força Nacional do SUS, composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas; e as forças de Segurança Pública intensificaram as operações contra o financiamento de garimpo ilegal no território.
Garimpo
O crescimento do garimpo na região passou a avançar desde 2016 e explodiu em 2022. Ele cria lagoas de água parada que servem de criadouros de mosquito, provocando uma explosão dos casos de malária.
Sem atendimento ou medicamento, os indígenas vão adoecendo, numa curva exponencial típica de epidemia. Além de contaminar a água com substâncias químicas, o garimpo provoca o assoreamento dos rios. Assim, crescem também os casos de diarreia. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças ianomâmis morreram de fome e por contaminação com mercúrio entre 2019 e 2022, principalmente devido à atuação de garimpeiros ilegais.
Veja a lista das autoridades que participam da reunião:
- Rui Costa, ministro chefe da Casa Civil
- Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
- José Mucio, ministro da Defesa
- Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social
- Nísia Trindade, ministra da Saúde
- Esther Dweck, ministra da Gestão
- Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
- Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos
- Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas
- Márcio Macedo, ministro da Secretaria-Geral
- Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais
- Paulo Pimenta, ministro da Secom
- Jorge Messias, Advogado-Geral da União
- Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA)
- Miriam Belchior, Secretária-Executiva da Casa Civil da PR
- Andrei Rodrigues, Diretor-Geral da Polícia Federal
- Joenia Wapichana, presidenta da Funai
- Humberto Freire de Barros, diretor a Amazônia e Meio Ambiente da PF
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