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Estadão também ataca BNDES e política industrial do governo Lula

Jornal reacionário se opõe ao projeto de reindustrialização, que tem apoio de todas as entidades industriais

Lançamento da Nova Indústria Brasil (Foto: Ricardo Stuckert)
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247 – O jornal Estado de S. Paulo se posicionou contra a nova política industrial brasileira, projeto que visa reindustrializar a economia brasileira e que recebeu apoio de todas as entidades do setor industrial no Brasil. "Nada sugere que gargalos competitivos da indústria que afetam crescimento de longo prazo serão desfeitos com nova política industrial ou outros programas que Lula apresentou", escreve o editorialista do jornal.

No texto, o jornal propõe uma abordagem neoliberal. "Há uma máxima entre economistas ortodoxos que informa: crescimento econômico decorre mesmo é da microeconomia; à macroeconomia convém 'apenas' não atrapalhar. Fatores estruturais microeconômicos que desidrataram nossa indústria estão associados, entre outras coisas, ao ambiente de negócios ruim e à dificuldade do Brasil de lidar com ajustes quando são necessários", escreve o editorialista, que também sugere uma espécie de vira-latismo. "Diferentemente dos exemplos dos norte-americano, europeus e asiáticos, o Brasil tem escassez de capital humano e físico. Em geral, setores a desenvolver dependem de fatores de produção escassos, encarecendo enormemente a política", prossegue. Em entrevista à TV 247, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu a política industrial. Saiba mais e assista:

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247 – O economista Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), delineou os contornos da nova política industrial brasileira em uma entrevista exclusiva aos jornalistas Leonardo Attuch e Florestan Fernandes Júnior, da TV 247. Esta entrevista marca o início de uma nova série da TV 247, com o podcast BrasilPod+, que promete mergulhar nos desafios e nas potencialidades da economia e da sociedade brasileira.

Com uma eloquência pontuada por décadas de experiência política e econômica, Mercadante destacou a centralidade da indústria para o progresso de uma nação. "Um país como o Brasil precisa de indústria", afirmou veementemente, evidenciando a importância do setor como pilar fundamental para o desenvolvimento nacional.

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As declarações do presidente do BNDES ecoaram a urgência de revigorar o tecido industrial brasileiro. "O Brasil se industrializou tardiamente", observou, ressaltando que a trajetória rumo à industrialização ganhou impulso a partir da crise de exportação de commodities em 1929. Ao mencionar líderes históricos como Getúlio Vargas, Mercadante realçou o papel crucial de figuras visionárias na construção das bases da industrialização brasileira. "Ele construiu as bases do processo de industrialização, com empresas como a Vale, a Petrobras e o BNDES", disse ele.

No panorama atual, Mercadante confrontou a desafiadora realidade da desindustrialização, destacando que apenas 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é representado pelo setor industrial, depois de uma participação de 30% no fim da década de 80. "Entre 1930 e 1980, o Brasil foi um dos países que mais se industrializaram no mundo. Em 1980, 30% do PIB brasileiro era representado pela indústria. Com a crise dos anos 80, veio o Consenso de Washington, que hoje não é consenso nem mais em Washington. Ele foi devastador para a indústria dos países do Sul Global. Em 1980, o Brasil tinha uma indústria que era maior do que a da China e a da Coreia do Sul somadas", destaca.

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Para retomar o terreno perdido, o presidente do BNDES apresentou a neoindustrialização como um horizonte a ser alcançado, enfatizando a necessidade premente de renovação do parque industrial nacional. A entrevista ocorre em meio ao anúncio do plano da Nova Indústria Brasil (NIB) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um investimento robusto de R$ 300 bilhões destinado a reconfigurar a indústria brasileira para um perfil mais inovador e sustentável. Mercadante enxerga nesse plano uma oportunidade única para impulsionar a neoindustrialização do país.

"A discussão sobre ter ou não política industrial está superada", afirmou Mercadante, enfatizando que o cerne do debate reside na definição da política industrial mais adequada. Em um mundo marcado pela revolução digital e pelo aquecimento global, o presidente do BNDES enfatizou a necessidade de uma abordagem proativa e sustentável para reverter a desindustrialização e enfrentar os desafios do século XXI. A Nova Indústria Brasil se propõe a fortalecer as cadeias agroindustriais, ampliar a produção de medicamentos, promover a infraestrutura sustentável e digitalizar a indústria nacional, entre outras medidas. Sob a gestão do BNDES, Finep e Embrapii, os recursos serão direcionados para iniciativas estratégicas que impulsionem o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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A concorrência chinesa e a produção de navios – Diante do cenário global, Mercadante enfatizou a necessidade de o Brasil se posicionar como um competidor na arena internacional, especialmente frente à ascensão da China. O presidente do BNDES ressaltou a importância de um governo capaz de afirmar os interesses nacionais e promover investimentos locais, exemplificando com a recente decisão de aumentar o imposto sobre importação de carros elétricos para fomentar a produção nacional. "Fizemos isso e eles trouxeram investimentos", diz ele. Mercadante também afirmou que o Brasil não deve ter receio de discutir mecanismos de proteção à indústria nacional e citou o caso do bilionário Elon Musk, que tem defendido protecionismo contra importações chinesas. "Proteção é uma palavra proibida para quem? Para o Musk não é", disse ele.

O presidente do BNDES também enfatizou a importância da produção de navios no Brasil. "Temos uma demanda gigantesca, com empresas como a Vale e a Petrobras. E os navios do futuro precisarão utilizar energia renovável. O Brasil precisa disputar esse mercado para se manter competitivo. Se não fizermos isso, perderemos nosso espaço na economia mundial", destaca.

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A entrevista de Aloizio Mercadante inaugura uma série de diálogos no podcast BrasilPod+, prometendo um olhar profundo sobre os rumos da economia brasileira. Ative a notificação e assista:

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